Poetry
Pele para um domingo qualquer
não visto mais as mentiras dos outros
nem escondo pudores de vida
mostro com cuidado de peito aberto
nem visceras, nem sonhos, nem apegos
gosto apenas acridoce de madrugada
pele para um domingo qualquer
Dicotomia
se espero no escuro vazio da coxia
(mesmo à luz do meio-dia)
é porque as luzes me cegaram um dia
(perdi senso e alegria)
e os nós que seguravam a sua fantasia
(maldosamente vc me sorria)
desataram-se em meio a minha euforia
(ria de nervoso e covardia)
Instante
uma luz apenas brilhou
suave
quase transparente
e
na fuga de um olhar
tua alma
se desnudou
Nos meios nós
na mesa
um copo
na frente
na mente
muito mais
Apenas um segundo
quão rápido cai a gota no chão
e risca o céu o inseto
e sangra a seiva pelo corte
seca o seco sonhar do poeta sem sorte
na morte da ponta do lápis no meio do papel